quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cameron ameaça manifestantes com o Exército mas já usa ‘mercenários’, segundo Gaddafi


É prática antiga dos ingleses recorrer a mercenários


Correio do Brasil

A Grã-Bretanha vai considerar convocar o Exército em distúrbios futuros para liberar policiais para "lidar com baderneiros", afirmou o primeiro-ministro, David Cameron, nesta quinta-feira. O governo também dará à polícia poderes para exigir que as pessoas retirem proteções do rosto e vai compensar as pessoas cujas casas ou empresas foram depredadas na onda de violência em Londres e outras cidades britânicas esta semana, disse ele.
– É responsabilidade do governo assegurar que qualquer contingência futura seja avaliada, incluindo se há tarefas que o Exército pode assumir que possam liberar mais policiais para a linha de frente – disse Cameron ao parlamento, em sessão emergencial para discutir a violência.

Críticas de Gaddafi

A violenta reação do governo britânico aos manifestantes, em Londres, levou a TV estatal líbia a denunciar, nesta quinta-feira, que o governo britânico tem usado “mercenários irlandeses e escoceses” para enfrentar os distúrbios na Inglaterra.
- Os rebeldes britânicos se aproximam de Liverpool em batalhas intermitentes com as brigadas do (primeiro-ministro David) Cameron e com os mercenários da Irlanda e Escócia. Deus é maior, disse uma legenda noticiosa colocada na programação matinal do canal.
Aviões e navios da Grã-Bretanha fazem parte da operação militar da Otan contra o regime líbio, que há cinco meses enfrenta uma rebelião armada. O dirigente Muammar Gaddafi é acusado de contratar mercenários, principalmente de outros países africanos, para enfrentar os rebeldes. Nesta semana, Cameron mobilizou reforços policiais para acalmar Londres e outras cidades inglesas, após quatro dias de saques, incêndios e distúrbios causados por jovens mascarados.
A irônica referência aos “mercenários” foi transmitida em um programa que geralmente louva o regime de Gaddafi. O apresentador disse que os distúrbios na Grã-Bretanha “não são protestos fomentados por serviços estrangeiros de inteligência” – como a Líbia costuma dizer que é o caso na sua própria guerra civil. Na quarta-feira, o governo líbio usou contra Cameron a mesma retórica que o Ocidente habitualmente emprega contra Gaddafi, ao dizer que ele perdeu sua legitimidade e deve sair.


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