quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Coletânea Blog do Cappacete, só as mais pedidas. Para começar: Sete dicas para se dar bem no Stand-up Comedy


Vários blogueiros estão aproveitando o final de ano para publicar retrospectivas de suas melhores postagens. Alguns publicam tudo num único post, outros vão aos poucos. Fico com os segundos, aproveitarei esse final de ano, e começo do próximo, para republicar algumas de minhas postagens. O critério de escolha será por conta do número de comentários, de acessos, e algumas serão de acordo com meu gosto pessoal. Nada como vagabundear no fim do ano, ai que preguiça...


Uma historinha antes de postagem. Fala-se aqui em São Paulo que esse negócio de stand-up comedy é coisa de tucano, vide CQC e MTV. Uma semana antes (ou mais, não me lembro ao certo) das eleições presidenciais de 2010, inaugurou na Rua Augusta, point cultural paulistano, um teatro especializado em stand up comedy. No dia da inauguração do tal teatro, passei em frente, pouco antes da primeira sessão. Havia um carrão parado na frente do mesmo, no vidro traseiro do veículo, um adesivo gigantesco com a cara (feia) do Zé Nosferato, bronzeado e sorridente. Um casal elegantérrimo deixou o carro e se dirigiu a fila que já se formara, repleta de granfinos brancos e engomadinhos, com ar blasé. Comecei rir sozinho na calçada, não aguentei. No dia da eleição, ri mais ainda.


  Publicado em 28/08/2009

Sete dicas para se dar bem no Stand-up Comedy



SÃO PAULO AGENDA <<span class=
A risonha classe média paulistana



Virou moda em São Paulo o tal do Stand-up comedy, até o Sérgio Malandro entrou nessa. Este tipo de espetáculo surgiu nos EUA, lógico, como tudo que é chique, ao menos para a classe média paulistana. 

De uns tempos para cá os teatros paulistanos foram invadidos por esse tipo de espetáculo, e este fenômeno já se espalha para o restante do país. A pergunta que fica é: por que a classe média de São Paulo tem tanta necessidade de rir? 

Claro que uma boa comédia não faz mal para ninguém, mas há pessoas nessa cidade que tem um desejo compulsivo de rir, quem mora aqui já deve ter visto gente assim. Cada vez sobra menos espaço para a reflexão, para sensações conflituosas que só o bom teatro pode proporcionar. O grande público quer mesmo é rachar o bico.

Para estes o Stand-up comedy está aí, mas claro, a animada classe média paulistana é exigente com o que consome, por isso os comediantes precisam se ajustar ao gosto deste público. Tenho observado via televisão e You Tube os mocinhos gozados e descoladinhos do Stand-up, e já descobri suas manhas. Assim sendo, para ser um bom comediante deste tipo de espetáculo, é só seguir as seguintes dicas:

1 – Incorpore todos os preconceitos possíveis a suas palavras e gestos, as favas com seus escrúpulos.

2 – Quando tratar de política siga sempre a crítica corrente, da mídia gorda, aquilo que alguns blogueiros chamam de PIG.

3 – Concentre as ridicularizações nos pobres, sobretudo negros e nordestinos, faça imitações grotescas e frise bem os sotaques.

4 – Convém criar tipos como faxineiras, empregadas domésticas e porteiros, pois estas categorias estão mais presentes no cotidiano da classe média.

5 – É imprescindível tripudiar em cima do presidente Lula, saliente bem o seu português, seu dedo amputado, sua origem humilde, o público irá ao delírio.

6 – Jamais faça qualquer tipo de piada envolvendo o nome do governador José Serra, sob pena de perder o emprego.

7 – Não sofistique demais suas piadas, pois seu público está ali para rir, e não para pensar.

Pois bem, estas são as dicas, se você caprichar bem pode até arranjar uma boquinha na MTV ou no CQC (Chirico O Que Custar) da Band.


Para ler os comentários, clique aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário