terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Kassab, em sua incansável cruzada contra a classe trabalhadora, quer expulsar os jornaleiros do centro de São Paulo



Daia Oliver/R7



Jornaleiros preparam protesto e abaixo-assinado contra remoção de bancas do centro de SP

Categoria é contra medida da prefeitura que quer remover 84 bancas na região central



O Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas de São Paulo fará uma manifestação no próximo dia 23 contra a remoção de 84 bancas do centro da capital. Essa bancas foram notificadas pela Prefeitura de São Paulo sobre a retirada em novembro do ano passado. O ato será realizado em frente à sede da administração pública, no viaduto do Chá, na região central, e os profissionais vão entregar um abaixo-assinado ao prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP).

O objetivo dos sindicalistas é recolher um milhão de assinaturas – até a última segunda-feira (8), havia somente 70 mil. De acordo com o presidente do sindicato, Ricardo do Carmo, caso o abaixo-assinado não sensibilize Kassab, o sindicato deve entrar com uma medida judicial para evitar a remoção das bancas.

- Se não surtir efeito [o protesto], vamos entrar com um mandado de segurança contra a administração pública.

Carmo disse que, a princípio, o prazo inicial dado pela prefeitura para que os jornaleiros deixem os pontos foi de 30 dias. Entretanto, a administração de Gilberto Kassab (DEM) concedeu prorrogação para mais 90 dias – segundo Carmo, o prazo terminará entre 15 e 25 de fevereiro. Se esse prazo não for cumprido, os jornaleiros notificados perderão o TPU (Termo de Permissão de Uso).

- Isso é impedir o direito à informação. Nós precisamos de dados técnicos para entender o porquê da decisão. Queremos saber para onde as bancas irão, se serão movidas a 100 metros do lugar de origem ou pra outro lugar.

Segundo ele, o centro tem 10% das bancas de toda a cidade – são 500 de um total de 5.000. Na região da avenida Paulista ainda não chegaram notificações, mas, segundo o sindicato, todas as bancas deverão ser removidas da via.

Herança de família

O jornaleiro Pedro Martins Carone, dono da banca Falcão, herdou do pai o estabelecimento, que funciona desde 1954 no centro de São Paulo. Para ele, o caminho não é mudar as bancas de lugar, “que fazem parte da história da cidade”, mas aumentar o policiamento da cidade.

- A banca muitas vezes serve de segurança para quem anda nas ruas. Se a pessoa percebe que está sendo seguida, ela pode se abrigar ali.

Já o arquiteto Milton Melo acredita que as bancas atrapalham o fluxo de pessoas, mas avalia a iniciativa da prefeitura como "radical".

- Algumas bancas atrapalham o fluxo de pessoas nas calçadas e poderiam ser retiradas. Mas, quanto à segurança, não precisa ser tão radical. As bancas poderiam ser mais abertas, com mais transparência para evitar a insegurança.

Outro lado

Procurada pela reportagem do R7, as secretarias de Coordenação de Subprefeituras e de Segurança Urbana afirmam que o objetivo “é evitar pontos cegos para os guardas civis e policiais e também melhorar as condições de movimentação de pedestres e a acessibilidade para portadores de necessidades especiais”. Em nota, os órgãos afirmam que os comerciantes podem sugerir opções para novos posicionamentos de suas bancas.



2 comentários:

  1. Mais uma atitude ridícula de um prefeito ridículo. Em lugar de favorecer a modernização das bancas de jornais, prefere retirá-las do caminho. A ignorância grassa na Prefeitura...

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  2. Desde a Ditadura não vemos um governo que desrespeita tanto a classe trabalhadora quanto este da dupla Serra/Kassab, com esses dois estamos perdidos...
    Abs!

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